Fabiana Pardini Blanco
O filme “A Batalha de Argel”, dirigido por Gillo Pontecorvo, retrata a situação da Argélia após a Segunda Guerra Mundial, ou seja, a década de 50 na qual o país estava colonizado pelos franceses e lutava por sua independência.
O longa-metragem pode ser confundido com um documentário, pois as cenas passam a realidade vivida na época e tem como público-alvo historiadores e interessados nos acontecimentos da época.
O filme conta um pouco da história da Argélia: um país norte africano que tem como capital a cidade Argel e que foi invadido pela França, a qual o colonizou, dividindo a população do país entre pessoas com descendência europeia (franceses e judeus argelinos) e os muçulmanos argelinos.
Como consequência, houve a desigualdade e a separação entre as classes sociais, pois o primeiro grupo tinha o apoio e a segurança do Estado e o segundo não possuía nem o direito ao voto. O diretor consegue demonstrar com clareza esta separação.
Em razão disso, cria-se um grupo chamado Frente De Libertação Nacional (FNL) que se organiza e faz ataques terroristas para conquistar a liberdade do país. E a Guerra de Guerrilha começa. De um lado, a França com seu exército fortemente armado e organizado e de outro, o grupo FNL com armamento precário e suas técnicas de combate que se baseavam na guerrilha e no terrorismo.
A França estava perdendo devido à ausência de informações e começaram a fazer armadilhas e usar técnicas de tortura, eliminando um grande número de rebeldes. Assim, descobriu os mandantes do grupo rival e venceu a guerra.
O diretor Pontecorvo mostra as proporções das ações terroristas de ambos os lados e destaca que os inocentes são as maiores vítimas. Vale ressaltar, também, que a Argélia só foi libertada pela França em 1962 por trocas de garantias francesas em território argelino.
Em suma, o filme é um bom exemplo de cinema político da época devido à veracidade dos acontecimentos. Retrata, ainda, tanto a Frente de Libertação Nacional como o exército francês e o diretor se mantém neutro durante a narrativa, pois a trilha sonora das cenas após os atentados praticados tanto pelos franceses como pelos argelinos é a mesma, fazendo com que exponha os dois pontos de vista e os métodos aplicados. E denuncia as mazelas da sociedade da Argélia, procurando repercutir os sonhos que estão por trás dos grandes movimentos políticos daquela época.
FICHA TÉCNICA:
Título Original: La Battaglia di Algeri
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 117 minutos
Ano de Lançamento: 1965
Site Oficial: http://rialtopictures.com/battle.html
Estúdio: Igor Film / Casbah Film
Distribuição: Lumière
Direção: Gillo Pontecorvo
Roteiro: Gillo Pontecorvo e Franco Solinas
Produção: Antonio Musu e Yacef Saadi
Música: Ennio Morricone e Gillo Pontecorvo
Fotografia: Marcello Gatti
Desenho de Produção: Sergio Canevari
Figurino: Giovanni Axerio
Edição: Mario Morra e Mario Serandrei
Elenco: Brahim Haggiag (Ali La Pointe), Jean Martin (Coronel Mathieu), Yacef Saadi (Djafar), Ugo Paletti (Capitão), Fusia El Kader (Halima), Mohamed Ben Kassen (Omar), Michele Kerbash (Fathia), Samia Kerbash
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